14-05-2018
O desafio da sustentabilidade requer uma aliança entre nações e os diversos atores sociais. No cerne dessa aliança reside um compromisso consensual e unanimemente aceite que deve conduzir à efetiva promoção do desenvolvimento sustentável à escala planetária.
A Organização das Nações Unidas (ONU) tem sido lócus dos pactos globais para a promoção da sustentabilidade do desenvolvimento.
No âmbito desses acordos internacionais pelo desenvolvimento sustentável, a “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, que estabelece os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), é um desdobramento dos resultados da Rio+20 e estabelece uma agenda de enfrentamento dos novos desafios do desenvolvimento.
A investigação desenvolvida na UNB tem foco nas facetas semióticas da construção de um modelo de desenvolvimento sustentável, buscando realçar os avanços nas propostas concernentes aos aspetos ambientais do desenvolvimento sustentável, ocorridas entre 2012 (Rio+20) e 2015 (proposição dos ODS).
As análises revelam que as propostas das Agenda 2030 concernentes aos aspetos ambientais do desenvolvimento apresentam baixo potencial para se traduzirem em soluções pragmáticas transformadoras.
Entretanto, o principal potencial transformador da Agenda 2030 reside em incitar mudanças no jogo de poder entre os atores sociais do campo da geopolítica do desenvolvimento. Propondo uma relação mais igualitária entre países em desenvolvimento e países desenvolvidos, e defendendo a necessidade de envolvimento paritário de todos os atores sociais na promoção do desenvolvimento sustentável, a Agenda 2030 desafia a posição hegemônica dos países mais ricos e distribui a todos as responsabilidades e as dificuldades de enfrentamento dos desafios da sustentabilidade.
Nota curricular:
Professora do quadro efetivo da Universidade de Brasília, pertence ao corpo docente de Gestão Ambiental (UnB/Planaltina) e do Mestrado em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais (MESPT/UnB), atuando como coorientadora também no mestrado em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional (CEAM/UnB).
Doutora pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB. Possui mestrado em Administração pela HEC-Montreal/Universidade de Montreal e o curso de Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais.
